O Hackathon Greentech Ambiental encerrou no último domingo (28), na sede do Sinduscon/Ceal, com uma certeza: a maturidade do ecossistema de inovação de Londrina refletiu diretamente nas soluções inovadoras apresentadas pelas 13 equipes formadas, durante o evento presencial que contou com aproximadamente 200 pessoas. O evento foi realizado pela Anpea, Crea-PR, Construhub e Sebrae, com o patrocínio do Sistema Confea-Crea, URBData, Fábrica 1, Bruklin.co, E-Letro, além do apoio da Mútua, Icon, Integra, Governança das Instituições do Ensino Superior de Londrina, Codel, Cocriagro, LisaR, Acil, Cachaça Araz e Plante 1 Papel.
As três equipes vencedoras apresentaram ideias que realmente poderão ser desenvolvidas nos próximos 6 meses no Programa de Incubação do Construhub - o centro de inovação dedicado ao setor da Construção Civil. As equipes Green Engineers, GMT e Clear Mind trouxeram soluções sustentáveis conectadas a água potável, resíduo têxtil industrial e plástico biodegradável (PHD).
“Agora podemos dizer que estas equipes estão numa trilha de empreendedorismo que muito provavelmente vai culminar em empresas de sucesso. Vale dizer que o hackaton ambiental é muito transversal, ou seja, ultrapassa a construção civil e atinge temas como urbanismo, resíduos, reaproveitamento de materiais... Podemos dizer que se criamos assim um pensamento na construção civil diferente – e mostra que talvez podemos incorporar ainda mais o tema sustentabilidade nas atividades do setor”, explica Murillo Braghin, head de inovação do Sinduscon PR Norte.
Vencedores empolgados com incubação
A equipe Green Engineers, que conquistou a primeira colocação no Hackathon Greentech Ambiental, desenvolveu um sistema de bombeamento e tratamento de água alimentado por energia solar fotovoltaica e, que por meio de uma tubulação, a bomba puxa a água até um filtro dessalinizador por osmose reversa e então é armazenada em um tanque. Todo o sistema é montado em uma carretinha reboque com capacidade de filtragem de 3.800 litros/dia e objetivo de atender populações que sofrem com a falta de água potável e até mesmo para atividades de lazer.
“Estamos muito animados com a incubação no Construhub, vemos um potencial de escalabilidade do projeto e por isso muitas chances de levá-lo adiante. Acreditamos que teremos auxílio para tirar esse projeto do papel”, ressalta Vinicius Fiori de Souza, um dos integrantes do Green Engineers, junto com Jaziel Barros, Bruno Alves e Ane Louise Mendes.
Já a equipe GMT, segunda colocada, desenvolveu uma plataforma B2B chamada Circulatex, que promove economia circular dos resíduos têxteis industriais. “Todos nós da equipe somos de uma indústria de confecção chamada GMT, cada um de uma área diferente, e conhecemos muito bem esse problema, já que só nós desenvolvemos 10 toneladas de resíduos têxteis por mês. Quando esse resíduo é separado dentro da indústria têxtil, tem um valor muito importante, podendo se tornar matéria prima, por exemplo, para outras empresas. O objetivo da plataforma é justamente conectar essas pessoas/empresas, negociando esse resíduo que hoje está sendo descartado e com a possibilidade de se tornar uma nova receita. Ficamos fascinados com a possibilidade de entrar no Construhub, estamos cheios de ideias, queremos absorver tudo que o centro de inovação pode nos oferecer e queremos, sim, levar esse trabalho adiante”, explica Roberta Yamacita. O outros integrantes da GMT são Thaís Oshiro, Jessé Souza, Guimel Macedo e Gustavo Vinícius.
Por fim, a terceira colocação ficou com a Clear Mind, que foca numa solução com o plástico biodegradável (PHA), e quer começar a atuar pelo setor de eventos. “A partir dessa ideia, queremos trabalhar como uma startup que vai gerenciar todo o processo, desde a fabricação até o descarte nas unidades de compostagem. Queremos inclusive agregar valor aos patrocinadores dos eventos. Com a incubação, criaremos uma rede de contatos forte, além do auxílio necessário para levar o projeto adiante e motivados para enfrentar os desafios ligados a sustentabilidade”, explica Matheus Vinícius Garvão, um dos membros da equipe Clear Mind, que conta também com Eduardo Gomes, Pedro Henrique Ferro, Dirceu Junior e Gustavo Ramos.
Satisfação com os resultados
O consultor do Sebrae/PR, Rubens Negrão, destacou que participaram da primeira maratona ambiental de Londrina estudantes de cursos técnicos e superiores, e também representantes de empresas privadas. “Londrina foi palco de um grande evento que teve como pano de fundo a criação de novos negócios para melhorar o nosso planeta e a qualidade de vida das futuras gerações”, enfatizou.
Já o gerente regional de Londrina do Crea-PR, Edgar Matsuo Tsuzuki, destacou o sucesso do Hackaton. “A dinâmica do evento proporcionou para os maratonistas muito conhecimento técnico por meio das excelentes palestras proferidas por especialistas, professores e empresários – além de muita troca de experiências por meio das reuniões com vários mentores. Ficamos muito satisfeitos com o resultado, e acreditamos que as ideias resultantes deste Hackathon contribuirão de forma decisiva para construção de um mundo mais sustentável.”
Por fim, o presidente da Anpea, Marcos Vinicius Costa Rodrigues, ficou muito satisfeito com as ideias apresentadas e a capacidade dos participantes em desenvolver as propostas. “Nós vimos participantes desenvolver aplicativos em 2 dias! O objetivo era de fato juntar as mais diversas idades e formações e fazer com que as ideias surgissem e fossem trabalhadas. Superou muito minhas expectativas, a energia de todos os envolvidos... Queremos deixar isso como uma agenda anual para fomentar cada vez mais esse tipo de ação e trazer essa cultura de sustentabilidade para nossa sociedade”, concluiu.
Para mais informações sobre o trabalho do Construhub acesse: construhub.org.br/
