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Construção civil se destaca na geração de empregos em Londrina
Construção civil se destaca na geração de empregos em Londrina
06/10/2022

Os números da construção civil são um bom termômetro para medir o desempenho da economia. Quando as finanças vão bem, investimentos na compra do apartamento, construção ou reforma da casa entram nos planos das famílias e os reflexos podem ser observados nos indicadores do setor. Um dos mais significativos é o que aponta a oferta de trabalho. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e da Previdência, mostram que a indústria da construção civil foi a segunda maior geradora de empregos com carteira assinada neste ano em Londrina. De janeiro a agosto, 1.169 novas vagas foram criadas, 36 a mais do que o total gerado em todo o ano passado. O setor só perde para serviços, responsável pela criação de 3.712 postos de
trabalho no mesmo período.

Os dados do município confirmam uma tendência nacional. Apesar do cenário desfavorável, marcado pela alta dos custos e aumento no preço dos insumos, e também da fragilidade do mercado de trabalho como um todo, no qual figuram atualmente 10,1 milhões de desempregados e uma taxa de desemprego de 9,3%, no ano passado, a construção civil registrou crescimento de 150% na geração de novas vagas formais. O resultado do setor em 2021 foi o melhor desde 2010, segundo a Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil).


No último mês de agosto, a construção civil gerou 35.156 novos postos de trabalho formais no Brasil. O setor respondeu por 6,02% do total de trabalhadores formais no país, um contingente de 2,559 milhões de pessoas. Os segmentos da construção de edifícios e serviços especializados para a construção, responderam por 35,62% e 37,89% das novas ocupações, respectivamente, somando quase 16 mil vagas. “Não é um ‘boom’, mas tem uma demanda reprimida, um degrau que a gente precisa subir nesse gráfico e a demanda continua e precisa ser atendida”, avaliou o presidente do Sinduscon Norte-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná Região Norte), Sandro Nóbrega. Ele lembra que o setor sofreu um ‘apagão’ de mão de obra nos últimos anos, com a migração de profissionais para outros setores da economia e aposentadorias. Sem reposição da força de trabalho houve um período de paralisação. “Isso é custoso de se restabelecer. Poderia ter uma curva de contratação mais acentuada, mas não acontece por causa do apagão.”

A Cbic destacou ainda os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua), divulgada na última sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e que apontou a redução do número de pessoas desocupadas no país. “Tanto o Caged quanto a Pnad Contínua nos evidenciam que o mercado de trabalho está melhor do que no período pré-pandemia. No caso do desemprego, medido pela Pnad, estamos com o menor patamar desde 2015”, afirmou a economista da Cbic, Ieda Vasconcelos, em matéria publicada no site oficial da entidade. A Pnad apontou uma taxa de desocupação de 8,9% no trimestre de junho a agosto, percentual que corresponde a um contingente de 9,7 milhões de pessoas.

Mesmo diante de alta elevada dos juros, com a Selic em 13,75%, Vasconcelos avalia que as taxas do financiamento imobiliário continuam bastante atrativas e antevê um cenário favorável na economia brasileira e, consequentemente, na construção civil para os próximos meses, com efeitos no mercado de trabalho. A Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com o apoio da Cbic, revelou resultados positivos consecutivos na construção civil. O nível de atividade cresceu em junho, julho e agosto, com reflexos no indicador de confiança do segmento, que há seis meses seguidos registra alta. A Utilização da Capacidade Operacional da Construção, em agosto, alcançou 68%, o nível mais elevado para o mês desde 2013. “Os bons números apresentados até aqui pela construção vão provocar uma nova revisão na estimativa do seu crescimento em 2022. Em outubro, a Cbic deverá revisar a sua projeção de alta para o PIB (Produto Interno Bruto) do setor, que deverá continuar a crescer bem mais do que a economia nacional pelo segundo ano consecutivo”, afirmou Vasconcelos.

Independente do cenário econômico, Nóbrega aposta na continuidade do crescimento de empregos no setor para os próximos anos. O otimismo é pautado em números que acusam a necessidade de oferta de seis mil unidades habitacionais por ano pelos próximos 30 anos para suprir a demanda por moradia, especialmente entre a população de baixa renda. “Tem que construir mais. A cidade e a população estão crescendo. Além das habitações, há as construções comerciais e industriais.”

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